segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

YARA CASTRO NO TABLADO CAXIAS

Na sexta, dia 11 de janeiro, subi até Caxias do Sul na serra gaúcha. A princípio, ia somente passear com meu namorado, Giovani Capeletti, que acompanharia com sua guitarra o curso da maestra Yara Castro no Tablado Caxias. Além disto, ia aproveitar para ver a família caxiense e curtir a peña de encerramento do curso que aconteceu no sábado. Quando cheguei lá, minha participação na história mudou. Acabei acompanhando o curso e a peña nas palmas e ainda aprendendo umas pataítas por bulerias. Foi uma experiência muito divertida além de ter sido um privilégio compartilhar o palco com artistas tão generosos e competentes quanto Giovani Capeletti, Sonia Bento, Yara Castro, Karime Domit, Daniela de Oliveira, Claudia Machado e Vinicius Rocha além dos alunos do Tablado Caxias.

Para quem não conhece flamenco, uma peña é uma reunião de aficcionados por algo. Pode ser futebol, arte, literatura, flamenco, culinária, arquitetura... o tema não interessa, mas a reunião em torno do assunto de interesse comum sim. Nas peñas flamencas, em geral, os aficcionados por estar arte podem desfrutar de shows de flamenco, ver vídeos sobre o assunto ou ainda compartilhar conhecimentos acerca do baile, do cante e do toque flamencos.

Por falar em música flamenca, as palmas neste gênero musical, por assim dizer, são consideradas instrumentos musicais e desempenham papel importante junto com os demais instrumentos de percussão que podem ser utilizados ou não. Digamos que as palmas foram os primeiros instrumentos de percussão utilizados no flamenco. Por isto, em "flamenquês", dizemos que as pessoas "tocam" palmas e não que "batem" palmas. Aliás, acompanhar o baile, o cante ou a guitarra com palmas é algo difícil e que deve ser estudado com seriedade, pois um "palmero", como chamamos quem toca palmas, pode ajudar muito ou atrapalhar muito quem está cantando, tocando ou dançando.

Pataítas ou patadas são pequenos trechos de sapateado, movimentos rápidos de corpo ou uma mistura das duas coisas que servem para arrematar as letras de tangos flamencos (ritmo quaternário) ou bulerias (compasso de 12 tempos). Em geral, usamos as patadas nas juergas, que são momentos de improvisação onde vários cantaores, guitarristas, percussionistas e bailaores se revezam no baile, no toque e no cante. As juergas são como rodas de samba, onde quem quiser pode entrar dançar, tocar ou cantar um pouco. Claro que não é uma coisa desorganizada. Na verdade, para participar de uma juerga é preciso conhecer alguns códigos importantes principalmente no que diz respeito ao cante. É como participar de uma roda de capoeira. É preciso saber atacar e se defender para entrar na roda. Nas juergas, é preciso, basicamente, conhecer os diferentes tipos de letras e de ritmos e saber quando devemos usar as patadas e quando não devemos.

Abaixo, o registro de um momento de descontração com o pessoal do Tablado Caxias e a maestra Yara Castro, que conheci em Madri quando estive lá para uma temporada de estudos em 2012. Foi muito bom dividir novamente o palco com esta maestra, a primeira vez foi em Madri no projeto Brasil Flamenco. Yara é uma das personalidades mais importantes do flamenco brasileiro na atualidade. Na verdade, o flamenco brasileiro deve muito a esta maestra tanto aqui no Brasil quanto na Espanha. Saiba mais sobre Yara Castro clicando aqui.

Da esq. para dir.: Fabiana, Vinícius Rocha, Cláudia Machado, Daniela de Oliveira,
Yara Castro, Graziela Silveira e Giovani Capeletti
E mais uma foto. Esta é com os artistas depois do show.

Da esq. para dir.: Giovani Capeletti, Cláudia Machado, Vinicius Rocha, Karime Domit,
Yara  Castro, Sonia Bento, Daniela de Oliveira e Graziela Silveira

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