Dia 29 de abril é o Dia Internacional da Dança.
Aproveitando a data, quero lembrar a todos que as aulas de flamenco e ballet clássico para adultos iniciantes na Escola La Tablada em Canoas continuam com as matrículas abertas. São boas oportunidades para quem quer começar a dançar ou voltar para os sapatos e sapatilhas aposentados.
A primeira aula é gratuita e pode ser marcada pelo telefone (51) 8119-8256.
Blog da bailarina e bailaora de flamenco Graziela Silveira. Um lugar para jogar pensamentos na rede.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
ESCOLHAS E MAIS ESCOLHAS
Nos últimos dias, fatos que aconteceram com pessoas com as
quais convivo me fizeram refletir sobre as escolhas que fazemos. Tudo o que
somos, fazemos, pensamos, produzimos, criamos está relacionado com escolhas que
foram feitas em algum momento. Estas escolhas, creio eu, são tomadas dentro de
determinados valores e parâmetros que variam muito de pessoa para pessoa. Não
vou escrever sobre as escolhas pessoais que fazemos, meu enfoque é no campo da
atuação profissional enquanto artista da dança.
Para falar em escolha, acho que a primeira e divisora de
águas, é a opção por ser artista. Este primeiro posicionamento é o que demanda
mais energia e preparação. Não é fácil viver de arte e fazer a família e os
amigos entenderem que a vida de um artista não vai se guiar pelas regras da
“normalidade” imposta pela sociedade. Aliás, aceitar que a minha trajetória enquanto
bailarina vai ser muito diferente daquela trilhada por pessoas que tem
profissões “normais” ou socialmente tidas como dignas e rentáveis já é um
processo demorado, sofrido e complicado. Optar pela arte enquanto profissão é relativamente
fácil se levarmos em conta o fator aptidão profissional, o difícil é manter-se
artista enquanto todos que te cercam tentam te dissuadir desta “ideia” ou
quando o próprio “mercado” ou as relações profissionais vão diariamente te
desanimando. Manter-se artista é uma escolha diária.
Depois de escolher ser bailarina, tenho que decidir que tipo
de aulas, técnicas, experiências e pessoas vão me ajudar a ser a artista que desejo
ser. Quais aulas preciso fazer para ter a movimentação que tanto desejo? Que
profissionais são capazes de me guiar até os resultados que desejo ou quais
estão aptos a abrir novos caminhos e me ajudar a explorar estéticas que são
desconhecidas para mim, mas que podem enriquecer meu vocabulário de movimentos
e minhas percepções estéticas? Que experiências, livros, músicas, pessoas,
viagens, trocas precisam cruzar meu caminho para melhorar e aprimorar a profissional
e artista que desejo ser? A formação do artista é um processo contínuo. Todas
as pessoas que conheço que considero artistas estão em constante aprimoramento.
E o resultado desta busca constante depende das escolhas que fazemos durante a
nossa vida artística.
E por falar em pessoas, entro em outro assunto. Eu acredito
que trabalhamos nos locais, companhias e com as pessoas que escolhemos
trabalhar. Se sou parte de um grupo ou companhia é porque escolhi estar ali e
me mantenho ali e esta escolha é pautada pelos valores estéticos e éticos que, como artista, continuo a moldar diariamente na minha caminhada pela arte. Claro
que estou falando do meu ideal de grupo, ou seja, um grupo em que todos se
ajudam mutuamente e dividem as mesmas aspirações ou que buscam os mesmos
resultados artísticos. Não digo que deva ser um grupo em que todos pensem e
dancem e sintam igualmente, mas uma companhia em que as diferenças se
complementem e enriqueçam o processo e o resultado artístico. Acima de tudo, a
companhia ideal é aquela composta por profissionais que confiam uns nos outros,
pois sabem que todos estão envolvidos igualmente no trabalho e farão todo o possível
para atingir os resultados pretendidos pelo grupo.
Na hora em que formamos um grupo, em que pensamos nas
pessoas que vamos chamar para fazer determinado trabalho, levamos em
consideração que tipo de “produto” artístico queremos produzir. Que bailarinos,
músicos, cenógrafos, iluminadores, técnicos, enfim, quem são as pessoas que tem
a qualificação técnica e artística para colaborar para um trabalho de
qualidade. Estas pessoas não precisam ser minhas amigas, precisam ser
profissionais dedicados e interessados no trabalho. Pessoas que consigam
trabalhar bem com as outras pessoas envolvidas no projeto e cujas qualidades e
individualidades possam se complementar. Se, além de serem os profissionais ideais
para o trabalho, ainda forem meus amigos, ótimo, senão, paciência. Tenho pavor
de gente que enche o palco somente de amigos e “puxa-sacos” em detrimento da
qualidade artística do trabalho. Seria muito bom se todos os envolvidos no
projeto fossem amigos e tivessem uma boa relação fora dos palcos e salas de
ensaio, mas isto não é fundamental. Se existir respeito, não precisa existir
amizade. Sei que isto é possível, pois já trabalhei em produções em que nem
todos os envolvidos eram amigos ou concordavam com as opiniões uns dos outros e
mesmo assim o resultado colocado em cena foi muito bom, pois todos sabiam
separar afinidade pessoal de afinidade e responsabilidade cênica.
Na hora de formar um grupo ou de aceitar algum convite, é
preciso levar em consideração quem são os artistas que têm as qualidades
estéticas que vão enriquecer o trabalho e que tem também as qualidades de ética
e respeito profissionais que a profissão exige. Não dá para trabalhar bem com
gente que sempre chega atrasado aos ensaios; que não respeita o diretor, a
coreógrafa, os colegas de cena; com gente egoísta e irresponsável. Nenhuma
empresa contrata e mantém profissionais que atuem desta forma, porque os grupos
artísticos precisam abraçar este tipo de profissional? Não digo que a pessoa
precise ter uma moral e uma vida irretocáveis, mas a postura diante do
trabalho e dos colegas no processo de ensaios e temporadas nos teatros deve ser
de respeito e de companheirismo. Afinal de contas, estamos todos lutando e
buscando um bom resultado artístico para ser levado ao público. Se escolhermos
estar num grupo com pessoas assim (seja por motivo financeiro ou porque achamos
que pode ser uma boa experiência profissional ou porque é a oportunidade de
trabalhar com gente que ainda não conhecemos pessoalmente ou por outros fatores
que às vezes nos obrigam a aceitar este tipo de situação), então sabemos que o
processo vai ser árduo e vai exigir muitas contagens até 10 em meio a
inspirações profundas.
Sou eu que escolho que tipo de profissional quero ser e que
tipo de profissional desejo que as pessoas encontrem nos grupos e cias por onde
passo. São minhas palavras, ações e resultados que vão definir se sou boa
profissional ou não. Óbvio que não tenho como escolher o que os outros vão
pensar de mim já que sou responsável apenas pelo que digo e faço e não pelo que
os outros entendem, mas tenho como optar pelos caminhos mais seguros ou mais
facilmente compreensíveis para ser uma profissional respeitada enquanto
artista. Não tenho como obrigar que me respeitem enquanto pessoa, embora isto
ajude a manter boas relações profissionais também, mas tenho como escolher que
me respeitem enquanto profissional. Nossas escolhas têm consequências e
precisamos estar dispostas a assumir todas elas, sejam boas ou ruins.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
SHOWS DE FLAMENCO NO FIM DE SEMANA
Depois de duas semanas de intensas emoções flamencas prestigiando as aulas e os shows de Carmen La Talegona e Farruquito em Porto Alegre, e podendo usufruir da arte dos bailaores do Estúdio Soniquete de Campinas (Mariana Abreu, Giovanna Vilariño, Carlinhos Rowlands) e das bailaoras de São Paulo, Carolina da Mata e Ana Paula Campoy (da Kabal Produções), chegou minha vez de voltar ao palco do Tablado Andaluz.
A casa, que funciona nas quintas, sextas e sábados a partir das 19h30 (o show começa por volta das 22h), é um típico tablao flamenco, onde o público pode desfrutar de deliciosas paellas e outros pratos da culinária espanhola enquanto assiste a shows de música e dança flamenca executados ao vivo. Tudo isso por R$ 50,00 por pessoa (bebidas não incluídas). A casa ainda oferece opção para quem deseja assistir somente o show. Neste caso, a valor por pessoa é de R$ 20,00 (mais o que for consumido no local). Neste fim de semana, os artistas da casa são: Andréa Franco e Graziela Silveira (baile), Pedro Fernandez (cante), Giovani Capeletti (guitarra flamenca) e Gustavo Rosa (cajón). Infos e reservas: 3311-0336.
A casa, que funciona nas quintas, sextas e sábados a partir das 19h30 (o show começa por volta das 22h), é um típico tablao flamenco, onde o público pode desfrutar de deliciosas paellas e outros pratos da culinária espanhola enquanto assiste a shows de música e dança flamenca executados ao vivo. Tudo isso por R$ 50,00 por pessoa (bebidas não incluídas). A casa ainda oferece opção para quem deseja assistir somente o show. Neste caso, a valor por pessoa é de R$ 20,00 (mais o que for consumido no local). Neste fim de semana, os artistas da casa são: Andréa Franco e Graziela Silveira (baile), Pedro Fernandez (cante), Giovani Capeletti (guitarra flamenca) e Gustavo Rosa (cajón). Infos e reservas: 3311-0336.
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